Foto: Eduardo Maia/Asecom ALRN |
As
dificuldades de reação do poder público ao avanço das viroses transmitidas pelo
mosquito Aedes aegypti foram discutidas em audiência pública na Assembleia
Legislativa do RN na tarde desta quarta-feira (07).
Por
proposição da deputada Márcia Maia (PSDB), um dos consensos foi o
encaminhamento para que autoridades de saúde pública orientem os profissionais
de saúde sobre as novas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) a
respeito da matéria.
A
informação é proveniente da assessoria de imprensa do Poder Legislativo
potiguar, em Natal.
“Ao todo, temos cerca de 1,2 mil
profissionais entre agentes de Endemias e Comunitários, mas ainda com um
déficit de aproximadamente 550 profissionais nessas duas áreas. Além disso,
faltam ainda condições básicas de trabalho, como fardamento, material de
higiene, copos e até mesmo água. Diante dessas dificuldades e da mudança do
modelo de periodicidade das visitações, antes um imóvel que era visitado em
Natal de dois em dois meses, leva até um ano para ser visitado novamente”,
sublinhou Márcia Maia, que ainda pontuou as dificuldades enfrentadas pela capital
e pelo Governo do Estado.
Uma
das saídas apontadas pelo médico infectologista Luiz Alberto Mariz é, não
podendo haver controle sobre proliferação, que se aja na rede de saúde para
minimizar a mortalidade causada pela dengue, chikungunya e zika vírus.
“A Organização Mundial de Saúde recomenda
tratar, na triagem, todos os casos como dengue, até a confirmação do
diagnóstico. As três doenças têm a mesma epidemiologia. Sugerimos a nossos
gestores que comecem a planejar atualização dos médicos da ponta para que seja
adotado o que defende a OMS. Se não temos condições de controlar os surtos, que
tenhamos condições de receber os pacientes para minimizar a letalidade dessas
doenças”, destacou o especialista.
Representante
da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), Maria Dilma Alves reconheceu
as dificuldades, agravadas no interior.
“Estamos sem recursos humanos. Antes,
tínhamos apenas dengue, agora e é chikungunya, zika, com desdobramento na
microcefalia. Temos que qualificar esses agentes. Temos problemas em nível das
gestões municipais, essa qualidade dos trabalhos, mesmo sendo um numero de
agentes considerado ideal para aqueles municípios, temos dificuldades
operacionais”, revelou.
Para
Fernando Amaral, da seccional do Ministério da Saúde no RN, os esforços devem
ser conjuntos.
“Não é hora para jogar culpa. Deve haver
esforço do governo, dos agentes e da população, que deve fazer sua parte.
Campanhas que engajem a sociedade são urgentes”, enfatizou.
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